Espaço dedicado aos textos de opinião e ao posicionamento crítico
Não tolere a xenofobia
junho, 2021
Emanuele Marissa da Conceição Silva, Evylen Vitória Araújo Santos e Victoria Maria da Silva Santos - alunas do 2° ano integrado em alimentos do IFS
Pesquisas da Secretaria
Especial de Direitos Humanos, do Ministério da Justiça e Cidadania, mostraram o aumento de 633% nas denúncias de
xenofobia no país em 2015. Em 2021, esse absurdo
continua firme e forte.
Mas você sabe o que é xenofobia?
A
xenofobia, assim como o racismo e a intolerância religiosa, parte de uma ideia
etnocêntrica por meio da qual um indivíduo considera seu grupo étnico, sua
nação ou religião, superiores a outras etnias, nacionalidades e crenças. A
quantidade de denúncias, em 2015, foi alarmante. Isso preocupa, ainda mais,
quando pensamos nos casos que não foram denunciados. De lá para cá, as coisas
não parecem ter melhorado. É só lembrar que, em 2020, a pandemia fez eclodir muito preconceito contra os
chineses. Em 2021, os brasileiros, devido à gravidade da crise sanitária que
assola o país, também têm sofrido discriminação no exterior.
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Fonte: https://www.politize.com.br/xenofobia-no-brasil-existe/ |
Agora
que já sabemos o que é xenofobia, precisamos também saber como identificar atitudes
xenófobas, o que devemos fazer se nós mesmos formos alvos de um desses
atos ou, ainda, como agir se presenciarmos uma situação assim.
Como
identificar discursos xenofóbicos
O preconceito e discriminação com estrangeiros ou pessoas de
culturas diferentes podem se manifestar com ofensas e, em casos mais graves,
agressões, mas pode também aparecer de maneira sutil. Um caso que ilustra bem a
xenofobia no Brasil é o preconceito praticado por pessoas do Sul e Sudeste
contra pessoas do Norte e Nordeste. Não à toa, como informa o veículo de imprensa
alemão, Deutsche Welle (DW), existem,
nesses lugares, muitos grupos neonazistas. A maioria se concentra nos estados
de São Paulo e Santa Catarina. São facções autodeclaradas anti-imigração, além
de serem disseminadoras de ódio contra
nordestinos, nortistas, indígenas, negros, judeus e muçulmanos. Com a mesma
fúria, são hostis a gays, lésbicas e pessoas
trans. Embora esses três últimos exemplos não caracterizem exatamente
xenofobia, representam, ainda assim, um problema tão sério quanto os atos
xenófobos. Por isso, também devem ser destacados.
Infelizmente,
a xenofobia está bem presente em nossa sociedade, mas nós podemos contribuir para
a luta contra essa estupidez.
Formas de ajudar a combater a
xenofobia
Devemos combater a
xenofobia assim como devemos lutar
contra qualquer outro tipo de intolerância, seja denunciando os casos ou
conscientizando as pessoas. Veja abaixo três dicas de como contribuir com esse
combate:
● Você
pode apresentar outras culturas e mostrar como as pessoas que fazem parte delas
são importantes para nossa sociedade;
● Você
pode conscientizar as pessoas com seminários, ações, eventos, debates; com um
texto como esse, ou até mesmo com um post na
Internet;
● Se
você sofrer ou presenciar xenofobia, denuncie fazendo um boletim de ocorrência,
ou utilizando o disque 100.
A xenofobia é crime previsto por lei. Na
legislação brasileira, um dos principais dispositivos concerne à Lei nº 7.716 / 89.
Essas são apenas algumas coisas que podemos
fazer para combater a xenofobia. Ainda assim, mesmo sem querer, às vezes
reproduzimos falas xenofóbicas, mas, sim, temos a chance de nos corrigirmos.
Falas do nosso cotidiano que
consideramos inofensivas podem sim ser xenofóbicas então vamos conhecer
algumas delas e entender por que não usá-las:
● "Gringo"-
usar esse termo põe em destaque a nacionalidade do indivíduo e, dependendo do
caso em que é utilizado, pode ser depreciativo;
●"Falando
chinês" - O uso desse termo põe em evidência uma dúvida: as línguas da
China são menos compreensíveis que outras? Estamos certas de que você teria
dificuldade com qualquer outro idioma, então por que somente as línguas
chinesas não dão para ser entendidas?
●"Judiar”
- Esse termo atribui um sentido de maltratar e causar sofrimento fazendo
referência à perseguição e ao genocídio dos quais os judeus foram vítimas.
●"Baiano
é muito preguiçoso" - Os baianos, assim como outras pessoas de outros
estados do Brasil, trabalham muito, mas essa frase faz com que o trabalho deles
vá por água abaixo. Além disso, por que
só os baianos são preguiçosos se todos nós em algum momento sentimos preguiça?
Infelizmente, essas expressões ainda são
muito comuns no nosso dia a dia. Agora sabemos que são xenofóbicas. Portanto,
cabe a nós não continuarmos reproduzindo e passando isso adiante, pois todos
merecem respeito e é de grande importância trabalharmos para viver em uma
sociedade melhor e mais acolhedora.
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Mapa mental elaborado pelas autoras |
Referências:
BALTAZAR,
T. 5 termos capacitistas para não usar mais. Vogue, 2021. Disponível em:
<https://vogue.globo.com/atualidades/noticia/2021/02/5-termos-capacitistas-para-nao-usar-mais.html>
CARVALHO,
F de. Não parece, mas é xenofobia: 20 frases para nunca dizer a ninguém. Marie
Claire, 2019. Disponível em:
<https://revistamarieclaire.globo.com/Comportamento/noticia/2019/07/nao-parece-mas-e-xenofobia-20-frases-para-nunca-dizer-ninguem.html>
MARASCIULO,
M. 7 palavras preconceituosas ou racistas que você deveria parar de usar. Galileu,
2020. Disponível em :
<https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/08/7-palavras-preconceituosas-ou-racistas-que-voce-deveria-parar-de-usar.html
>
MORAIS, P. Xenofobia
no Brasil: o que gera essa intolerância? Politize!, 2018. Disponível em: < https://www.politize.com.br/xenofobia-no-brasil-existe/
>
VEIGA, E. Por que há tantos grupos neonazistas em Santa
Catarina? DW Brasil, 2020. Disponível em:< https://www.dw.com/pt-br/por-que-h%C3%A1-tantos-grupos-neonazistas-em-santa-catarina/a-55471079>
Acorda menina!
Esquece esse crush!
Indicado para corações machucados
Desde novas, bem
pequenininhas, muitas meninas veem a formação dos casais mais fofos e aparentemente
perfeitos: the model couple! A Barbie e o Ken, o mocinho e a mocinha dos livros,
o casal incomparável da nossa série preferida; dificilmente, mas nossos pais,
quem sabe. Então nos chega a tão temida, mas esperada adolescência! Época
conturbada, turbulenta, e quantas confusões, um mix de sentimentos realmente
difíceis de serem decifrados. Mas até onde, até quando conseguirá a bela menina
carregar consigo todas essas fantasias incutidas ao longo da infância?! Seria
realmente uma pena se tudo isso fosse desfeito...
E do nada, sem
esperar, das formas mais impensadas, a inocente garota encontra aquele que lhe
parece tudo o que sonhou durante a vida, ou talvez quase isso. A partir daí tudo pode acontecer. Quem sabe
ele tornou-se um dia o namorado perfeito, o que manda o “bom dia amor” que já
era rotina, o “eu te amo” que fazia diferença no dia, ou para aqueles menos
românticos o carinho que fazia dormir recordando. Mas vai saber, ele pode ter
sido apenas um amor que nunca se concretizou. Mas quem foi que disse que amor
platônico não é capaz de machucar? Ele pode ser o cara do vácuo eterno com quem
você até já acostumou, mas venhamos e convenhamos, ele deve amar te imaginar
louca, quase implorando pra falar com ele. Então, acorda menina, você não
percebe o quão rara você é?
Que fique claro
que não se trata de um repúdio ao amor, mas sim a valorização do seu real
sentido! Não esqueçe que amor não se implora. Se não é por livre e espontânea
vontade não será por livre e espontânea pressão. E aí vai um clichê: “Você é
inteira demais pra ser metade de alguém”. Se fica e não valoriza, e não é
completamente amor: NÃO VALE A PENA! Se ameaça ir embora, pois acha que você
não é a garota dos seus sonhos (se é que ela existe): DEIXA IR! Não insiste, sem
brigas ou estresse, a palavra de ordem aqui é reciprocidade.
Um dia bem
próximo, mais do que você pode imaginar, mesmo que não demonstre lá no seu
íntimo, ele perceberá a joia preciosa que ele escolheu renegar. E o melhor: você pode viver muito, mas muito bem sem ele!
Para isso, vai viver menina, acorda! Esquece tudo o que passou e segue.
(Conselho difícil pra quem viu imóvel e inerte alguém brincar com seu coração).
Não digo para
renegar o amor, digo para borrar todos os momentos ruins vividos, já que estes
não podem ser totalmente apagados e quem sabe rasgar todas aquelas páginas
borradas por cada lágrima derramada. Estranho, mas logicamente e racionalmente,
algo que te faz chorar te faz bem? E o que não te faz bem merece lugar tão
especial no teu coração? Uma reflexão... Mas de uma coisa não há dúvidas, você
é única e o que mais merece é ser feliz, sem tirar nem pôr.
Há muitos caminhos
a serem trilhados, planos a serem traçados, pessoas a conhecer, objetivos a
serem alcançados, não fique aí parada, prossiga e acima de tudo: Escolha não
sofrer por amor! Parece, mas não é tão impossível assim.
Ao
persistir os sintomas o amigo mais próximo deverá ser consultado.
(Texto
de cunho não pessoal)
Pressão precoce
A
adolescência, não raramente considerada a melhor fase da vida, é marcada pela
transição para as coisas novas, desconhecidas, incluindo a explosão de
hormônios. Também é uma época de adaptação, tanto para os pais quanto para os
filhos. E será que é mesmo, como muitos dizem, a melhor fase da vida?
É o
período da última etapa da vida escolar, o Ensino Médio, que começa a preparar
os jovens para a entrada no Ensino Superior. Simulados, seminários, cursos, pré-vestibular,
e muitas outras tarefas fazem parte da congestionada vida adolescente para, ao
final do dia, ouvir-se a mais desmotivadora das perguntas: “Está cansado do
quê? Você só estuda!”. Como se o cansaço mental fosse uma bobagem e como se não
houvesse também o cansaço físico.
Nessa
nova etapa, o jovem começa a se sentir pressionado, afinal de contas, todos
querem sucesso na vida adulta. Milhares de perguntas começam a surgir: que
profissão escolher? vou conseguir passar no Enem ou no Vestibular? E se eu não
conseguir, o que acontece? Será que vou ser um bom profissional? Muitas vezes,
essa pressão aumenta justamente por causa das pessoas que estão ao seu redor,
que tentam ajudar, mas acabam atrapalhando. Em se tratando dos pais, é claro
que eles querem que seus filhos tenham estabilidade ou sejam tão bem sucedidos
quanto eles são, mas é necessário lembrar que as decisões sobre o próprio
futuro cabem única e exclusivamente aos jovens.
Não
podemos esquecer da tempestade de hormônios, responsável por diversas mudanças
corporais e até pelas alterações de humor. Isso está diretamente relacionado ao
início dos relacionamentos amorosos e ao fortalecimento de laços sociais. Nem
sempre os pais entendem, e as pressões e cobranças continuam também nesse campo
da vida. E quem é melhor do que outros
adolescentes para entender o que se passa?
De jovem para jovem, aí vão algumas dicas: primeiramente,
o adolescente precisa entender que para um bom rendimento, é necessário zelar
pelo bem-estar, do corpo e da mente, pois sem isso não dá para alcançar bons
resultados. Em seguida, ele deve descobrir qual a área profissional com que ele
mais se identifica e seguir esse caminho, mesmo que não agrade àqueles que
estão ao seu redor. Por fim, ele deve se lembrar que essa fase passará, então
não se pode esquecer, também, de aproveitá-la, fazendo coisas que lhe dão
prazer. Só assim, sendo responsável, mas sem esquecer da curtição, essa pode
ser a melhor fase da vida.
Juliana
Machado – 3° integrado em Alimentos do Instituto Federal de Sergipe
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Revoltas
de 30 dias
Uma
das últimas lutas da moda surgiu devido ao caso do estupro coletivo da jovem
carioca de 16 anos. Ativistas e feministas promoveram manifestos e campanhas
contra a chamada cultura do estupro. As reações na internet incluíram filtros em
fotos do Facebook, hashtags e muitas discussões acaloradas.
Recentemente,
houve também revolta por conta do rompimento da barragem em Mariana e todos
passaram a concordar que “Minas tem sede e pressa”. Lembrei de um acontecimento
já esquecido, lá de 2013, quando houve os protestos contra o aumento da tarifa
no transporte público, e todos passaram a dizer “Não pago”.
O
que poucos notam é que depois de algum tempo não se fala mais sobre o problema
de Minas, o preço da passagem do ônibus, e em poucos meses, as vozes que gritam
contra o estupro e outras questões vão silenciar. Isso reflete o costume
brasileiro de se empenhar em lutas efêmeras e sem objetivos consistentes. E se
a grande mídia não toca mais no assunto, aí é que a coisa piora.
A
indiferença da sociedade em relação a tudo o que acontece no Brasil nos remete à
nossa falta de seriedade, à política do cada um por si, à ineficiência da
educação. São essas coisas que realmente perduram por aqui.
Eu
espero que o brasileiro acorde, que se mobilize de verdade, além do debate
virtual, e busque, e se empenhe em suas lutas por mais de trinta dias, que
deixe de lado a hipocrisia, o egoísmo e a preguiça. Espero que algum dia
sejamos conscientes no momento de escolher nossas lutas e maduros para levá-las
até o fim. Nossos problemas não devem
ser encarados como o hit do próximo verão.
A insistência da mentalidade escravista
A
escravidão no Brasil foi abolida há mais de 100 anos. Os cidadãos desatentos de
nosso país acham que com o fim desse período terrível apagaram-se também as
profundas cicatrizes do povo negro. Se você se livrar das garras do raso
conhecimento histórico que tivemos no Ensino Médio, verá que a conjuntura atual
guarda fortes semelhanças com a daquele tempo. Apenas eufemizamos as palavras
carregadas de preconceito.
Sabemos
que o preconceito é uma construção histórico-social e para que isso se
transforme serão necessárias inúmeras décadas ou talvez séculos. Além disso,
sabemos também que gera traumas para aqueles por ele acometidos. É difícil
admitir, mas em pleno século XXI, ainda somos movidos por uma ideologia escravocrata.
A
nossa classe média, branca e patriarcal, por vezes se assemelha aos antigos
senhores de engenho na casa grande. Seus costumes, aparência e hábitos são
perpetuados como padrão dominante. A cultura negra, que antes era enxotada para
o quilombo, agora é enxotada para a favela. As religiões de matriz africana foram
condenadas e reprimidas durante anos e anos, a identidade negra, tanto física
quanto cultural, durante muito tempo sofreu ataques e foi julgada
negativamente. Os cabelos das meninas foram alisados e o ideal era o
branqueamento. Basta ver as inúmeras invenções mirabolantes da indústria de
cosméticos.
As
empregadas domésticas ainda são as mucamas de outrora, que deixam seus filhos
em casa à mercê da violência das periferias e da educação precária, para criar
os filhos de seus patrões e garantir sua subsistência. Os nossos presídios são
outro reflexo de tudo isso. Parecem verdadeiras senzalas, ocupados
principalmente por negros pobres. É o fruto da falta de acesso da população da
periferia a uma escola de qualidade e a empregos com salários dignos. E não
precisa de muita investigação para saber disso. Basta olhar as estatísticas.
Sem
dúvida, percebemos a permanência de uma mentalidade escravocrata em várias
esferas da sociedade e, certamente, precisamos encará-la de forma mais
incisiva, com a mobilização da população negra para que esses problemas não
sejam empurrados com a barriga por mais um século. Enquanto só uma parte for
favorecida – a que já é mais abastada – os problemas de discriminação,
preconceito e desigualdade continuarão crescendo como uma bola de neve.
Gênios perdidos
Como a falta de investimento científico pode
prejudicar uma nação
Conseguimos a energia elétrica,
criamos as máquinas e veículos, chegamos à Lua – tudo graça à pesquisa
científica e à inovação tecnológica. Desde que a humanidade descobriu o poder
do conhecimento, diversos países vêm investindo pesado em tecnopolos avançados,
observatórios com telescópios cada vez mais potentes e laboratórios bem
equipados. Está o Brasil seguindo esse ritmo?
Somos o quinto país mais populoso do
planeta, com aproximadamente 200 milhões de habitantes, mas nenhum brasileiro
jamais ganhou um Prêmio Nobel (o mais respeitado e cobiçado pela comunidade
científica). Está na cara que o nosso país não se preocupa o bastante com esse
assunto.
Há quem diga que toda essa baboseira
de ciência não deve mesmo ser incentivada. Afinal, por que gastar milhões em viagens
extraterrenas quando não conseguimos nem mesmo cuidar dos problemas que temos
aqui na Terra? Dizem que seria melhor
redirecionar todo esse dinheiro gasto em pesquisas “inúteis” para hospitais,
saneamento básico e afins. Sim, todas essas áreas precisam de investimento, mas
o discurso exclusivista é cheio de desinformação.
Para resumir, digamos que até mesmo as
viagens espaciais trazem benefícios inestimáveis para nós terráqueos. Como
exemplo disso, temos o GPS, o conhecimento dos buracos na camada de ozônio, o
desenvolvimento do forno micro-ondas, os equipamentos para problemas cardíacos,
além de uma infinidade de outras aplicações da ciência no cotidiano. Logo, o
dinheiro investido em novos saberes é quase sempre revertido em qualidade de
vida.
Em vez de satanizar algo que nos
trouxe e traz retornos predominantemente positivos (as armas são os espinhos
dessa rosa), deveríamos estimular cada vez mais os nossos jovens gênios
desvalorizados, como o grupo de estudantes brasileiros que venceu as Olimpíadas
Internacionais de Astronomia (ouviu falar deles pela TV? Nem eu!).
Que o conhecimento seja a nossa luz.
E
daí que eu nunca?
Estilosos, largados, patricinhas,
barraqueiros, filhinhos de papai, boys e girls. A sala de aula reúne todos os
tipos de adolescentes e jovens, mas existem aqueles que não fazem parte de
nenhum desses grupos. São outros tipos como os caretas, os tímidos, os
antissociais, os calados, os reservados, os ingênuos, ou como você queira
chamar. O que importa é que estamos lá,
mesmo que não percebam. E às vezes é ruim não ser bem lembrado ou só ser notado
quando surgem perguntas como: "você nunca namorou?" "já beijou alguma vez?" E se a
resposta for "não, nunca", vem logo a cara de espanto. E todo esse
susto é estanho e muito brega. Que mal
há em alguém nunca ter namorado ou beijado na vida? Por acaso isso torna a pessoa anormal? Alguma
vez já tentaram entender por que nunca?
Há quem diga que a religião é o principal
motivo, ou a criação que vem dos pais. Outros falam que é a falta de
pretendentes. Mas às vezes tudo não passa de uma escolha da pessoa. A
adolescência é uma fase que passa tão depressa e não dá pra esperar só beijos e namoros. Há muito mais. Não há problema em tentar se divertir de
outras formas. Não há problema em parar de fingir ser adulto e aproveitar do
jeito que fazíamos quando éramos ainda mais crianças do que somos hoje.
O melhor é pensar, refletir antes de chamar
gente como eu de careta, e dizer o
quanto estou perdendo da vida. Se eu
estiver calada no meu canto, não é sofrimento por nunca ter namorado ou
beijado. Não é carência. As fases virão
e serão vivenciadas de maneira consciente e serena, sem afobação. Quando achar que devo posso ser igual a
todos. Por enquanto, prefiro estar entre os raros - palavras de uma BV.